30 março 2010

Iron Maiden na abertura dos Jogos Olímpicos 2012?

Este post inclui o vídeo de um anúncio publicitário da bebida energética Lucozade (1985), com a participação musical dos Iron Maiden ("Phantom of the Opera").

A quadra natalícia de 2009 em Inglaterra ficou marcada por uma verdadeira "revolta popular" contra o programa televisivo The X Factor (versão britânica do Ídolos) e o facto de, nos últimos anos, temas deste concurso terem persistentemente ocupado o 1º lugar dos tops musicais de Natal. Um casal de namorados iniciou no Facebook um apelo à mobilização geral para levar ao 1º lugar dos tops o tema "Killing in the Name" dos Rage Against the Machine. 500,000 pessoas compraram a música que ascendeu, de facto, ao nº 1, destronando um tema do concurso (ver outros posts anteriores sobre este assunto).

Talvez inspirado por este sucesso, encontra-se no Facebook, desde a semana passada, uma nova petição, desta feita para levar os Iron Maiden à abertura (ou ao fecho) dos Jogos Olímpicos de 2012, a realizar em Londres. Para aceder à página da petição clicar aqui.

Entretanto, um post no blog de música do jornal britânico The Guardian vem apelar à subscrição da petição, justificando a necessidade de conseguir este objectivo com o histórico deprimente das participações musicais (britânicas) em eventos desportivos internacionais.

Segundo o autor do post, levar a banda aos Jogos Olímpicos de 2012 é imprescindível para "reclamar alguma glória perante uma plateia global", e os Maiden são quem melhor o pode conseguir. Para o provar, o autor esmiuça o curriculum (musical e não só)   -- simultaneamente global e nacional (britânico) -- dos "heavy-metal overlords": é a banda britânica com maior projecção internacional, tendo actuado praticamente nos quatro cantos do globo e vendido qualquer coisa como 75 milhões de discos. Para além disso, o autor destaca também como factores preferenciais para a escolha dos Maiden a lealdade futebolística nacional da banda, apoiante do West Ham, a sua naturalidade (East End londrino) e o facto de terem 'emprestado' a sua música ao conhecido anúncio publicitário da bebida energética Lucozade, onde também participa o atleta londrino Daley Thompson, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1980 e 1984.

Esta petição é muito sintomática de um fenómeno que me parece estar a acontecer na Grã-Bretanha - e não só - de apropriação e incorporação na cultura dominante daquele que foi sempre um género musical alternativo e desdenhado pelo mainstream. No caso da petição em causa, o principal objectivo é, inquestionavelmente, o de mostrar ao mundo a grandeza (também musical) da Grã-Bretanha, e tentar evitar desde já o embaraço 'global' de potenciais escolhas mediáticas mas medíocres, muito provavelmente do universo pop.

Este tema será retomado no próximo post.

28 março 2010

"Selling out"

Este post inclui o vídeo do anúncio da marca de lingerie Victoria's Secret, com a participação de Bob Dylan.

"Selling out"; "Sellouts": palavras irritantemente persistentes no contexto musical (entre outros).

Porquê irritantes?...Bem, porque na maioria dos casos vejo-as cuspidas com demasiada facilidade e injustiça, naquela atitude tão fácil mas tão hipócrita da crítica negativa e por vezes invejosa...

"To sell out", ou "vender-se": no âmbito político (comunista/anarquista), a expressão designa  a traição a princípios e ética operários e a rendição ao ethos capitalista.

Muito comum no mundo da música, a expressão tem frequentemente implícita esta acepção política, sendo normalmente utilizada  para acusar os músicos e os artistas de comprometerem a sua integridade musical, por exemplo ao enveredarem por estilos mais "comerciais" ou, pecado capital, assinarem com grandes editoras/agências.

Pessoalmente, considero que, na maioria dos casos, estas acusações são lamentáveis e só servem a causa dominante contra a qual pretendem insurgir-se, impedindo a mudança, a evolução e, no contexto musical, a afirmação da boa música dita 'alternativa', e (logo), de uma cultura musical mais abrangente, enriquecedora e variada.

No âmbito político-social, julgo que aspirações como viver com conforto, circular num automóvel seguro, ou optar por uma alimentação mais cara mas mais saudável, adquirir bens culturais, através do consumo de livros, filmes, espectáculos ou viagens, são perfeitamente normais, legítimas, e que deveriam ser acessíveis a todos, de forma igual. É essa a grande causa que nos deveria mobilizar e unir.

No âmbito musical, não me parece que querer singrar, levar a música a um público mais alargado e aspirar a boas condições de trabalho seja sinal de traição, mas de eficiência e profissionalismo.

Mas não há vendidos? Infelizmente sim. Para mim, os U2 são disso um exemplo recente paradigmático. A um ano de actuarem em Portugal, já tinham especulativamente vendido todos os bilhetes, utilizando ainda a sua popularidade para levarem os fãs mais acérrimos a registar-se no site da tournée (como "fãs") e pagar 50 dólares para poder tentar adquirir um máximo de 4 bilhetes em pré-venda. Esta conduta enquadra-se perfeitamente na definição de "selling out": é uma traição à integridade profissional,  uma rendição descarada e inescrupulosa ao lucro ganancioso e desonestamente conseguido através da exploração do público.

Como exemplo contrário cite-se o caso dos Tara Perdida, por vezes visados por este tipo de acusação, que estão prestes a comemorar os 15 anos de existência com um concerto numa sala underground e a um preço quase simbólico para o estatuto que a banda indubitavelmente já detém.

Para terminar, deixo as citações de dois músicos actuais de referência, nos contextos nacional e internacional, nomeadamente João Ribas (Tara Perdida) e Tom Morello (Rage Against the Machine), sobre este tema em geral, e  sobre a assinatura de contratos com major labels, em particular.

João Ribas:
"O nosso trabalho é feito na nossa sala de ensaios, sem nenhuns majors lá a meter-nos em sentido e a bater a pala. De maneira nenhuma! Fazemos tudo, apresentamos o trabalho, gravamos, eles ouvem, gostam e 'tá a andar de mota'(...)"

(Trabalhar com 'majors'): "(...) é muito bom para os músicos,  sentimo-nos mais à vontade porque há  pessoal a trabalhar como deve  ser connosco".

(Para ver o vídeo com esta entrevista a João Ribas, clicar aqui.)

Tom Morello:

"Epic agreed to everything we asked--and they've followed through... we never saw a conflict as long as we maintained creative control. When you live in a capitalistic society, the currency of the dissemination of information goes through capitalistic channels. Would Noam Chomsky object to his works being sold at Barnes & Noble? No, because that's where people buy their books. We're not interested in preaching to just the converted. It's great to play abandoned squats run by anarchists, but it's also great to be able to reach people with a revolutionary message, people from Granada Hills to Stuttgart."

(Ver fonte da citação de Tom Morello aqui).

E por fim fica o controverso anúncio publicitário da principal empresa/marca de lingerie feminina americana, Victoria's Secret, que contou com a participação de Bob Dylan. O anúncio causou muita celeuma e a fúria de muitos fãs do cantor...Contudo, no caso do Bob, o dinheiro não parece ter sido a principal motivação...

26 março 2010

A ascensão e queda do Oi! e o concerto mais violento da história britânica

Este post contém um vídeo de "Oi Oi Oi" dos Cockney Rejects ao vivo no Rebellion Festival (2007)


O jornalista musical Alexis Petridis é o autor de um artigo com o sugestivo título “Misunderstood or hateful: Oi!’s rise and fall” (“Incompreendido ou detestável: a ascensão e queda do Oi!”), recentemente publicado no jornal britânico The Guardian (e disponível pala leitura na íntegra aqui).

O artigo, bastante interessante e desenvolvido, aborda a história da formação cultural Oi!, termo forjado no fim da década de 1970 por Garry Bushell, agente dos Cockney Rejects e jornalista da revista Sounds, para descrever um conjunto de bandas punk de 3ª geração e cariz operário (como os Rejects, os Angelic Upstarts ou os Splondgenessabounds).

Petridis explora os sentimentos e interpretações contraditórias deste subtipo musical, rotulado por alguns ainda hoje como “o meio-irmão néscio do punk” e sinónimo de vandalismo, racismo e hooliganismo, considerado por outros como “the real thing”, “o som genuíno das ruas da Grã-Bretanha do final da década de 70”.

A “má fama” do Oi! teve origem na associação directa da música dos Cockney Rejects ao futebol: fãs acérrimos do clube londrino West Ham, o objectivo da sua música era, de acordo com o vocalista Jeff "Stinky" Turner, o de dar visibilidade mediática ao clube. Os Rejects estavam não só ligados à claque do clube, como apareceram no programa televisivo Top of the Pops com T-shirts do West Ham, e levaram aos tops musicais uma versão punk de “I’m Forever Blowing Bubbles”, hino do clube.

Esta associação comprometeu decisivamente as actuações da banda ao vivo, que se transformaram em verdadeiros campos de batalha de claques rivais, ditando a queda da banda e o descrédito do Oi!.

Neste contexto, Petridis relembra aquele que terá sido certamente o concerto mais violento da história britânica, esquecido – ou teimosamente ignorado – pela crónica ‘oficial’ do rock: nomeadamente, o que os Cockney Rejects deram no Cedar Club em Birmigham, em 1980. O concerto, que o vocalista dos Rejects descreve como uma “carnificina”, acabou praticamente com a carreira da banda ao vivo.

“There was a lot of people cut and hurt, I got, my brother [Rejects’ guitarist Micky Geggus] really got done bad, with an ashtray, the gear was decimated, there was people lying around on the floor. Carnage”.


 Na sequência do concerto Micky Geggus foi indiciado criminalmente. Vários concertos subsequentes, por exemplo em Liverpool ou em Birmigham, tiveram de ser abortados pela polícia e os Rejects escoltados no regresso a casa para impedir que fossem atacados por fãs de clubes futebolísticos rivais.

Contudo, não foram apenas estes incidentes que ditaram o declínio dos Rejects e do Oi!. Segundo Petridis, a principal causa foi a  apropriação política da música e da cultura populares pela extrema-direita britânica, para tentar contrariar a sua popularidade decrescente, consequência da grave crise social e económica e da eleição de Margaret Thatcher. 


Com este objectivo, o partido de extrema-direita National Front infiltrava membros e agitadores skinhead em concertos e jogos de futebol. Bandas populares como os Sham 69, os Madness, os Specials e os próprios Rejects viram os seus concertos invadidos por skinheads nazis que atacavam membros (punk) do público.

Bushell, ex-manager dos Cockney Rejects, desmente por completo que a banda tivesse quaisquer simpatias nazis, e refere mesmo as tentativas da banda para se defender de tais acusações e libertar o Oi! da associação directa ao racismo, amplamente disseminada pelos media nacionais. Esta impossibilidade ditou a morte do movimento Oi! e o desaire dos Rejects que, segundo as palavras do seu vocalista, passaram dos écrãs televisivos para a fila do desemprego em apenas 18 meses.

O Oi! viria a renascer nos EUA sob a nova designação de street punk e com bandas como os Rancid.

Garry Bushell relembra o episódio em que o vocalista e guitarrista dos Rancid lhe confessou a influência que o Oi! desempenhara na sua vida:

“I had Lars Freidricksen (sic) of Rancid come in and sit in the pub round the corner from my house, welling up, telling me if it wasn’t for Oi! he might have killed himself as a teenager (…). I thought, 'Fuck me, it’s really had an effect on these people'”.

Depois dos habituais altos e baixos e de várias alterações à formação original, os Cockney Rejects continuam activos.

23 março 2010

Join the Rejects Get Yourself Killed!

A antecipar um post sobre a banda punk Cockney Rejects, aqui fica o "pitch" (um vídeo de apresentação de um projecto fílmico, destinado a potenciais investidores/produtores) Join the Rejects Get Yourself Killed, elaborado com base no livro Cockney Reject (2005), da autoria dos elementos Jeff "Stinky" Turner e Garry Bushell.

O vídeo é da autoria de Dom Shaw, co-director do documentário Rough Cut and Ready Dubbed (1982), sobre o chamado período pós-punk 1978-1981.

21 março 2010

Ventas de Exterko em Beringel: Reportagem de uma noite de música


No decurso do cartaz/anúncio acima, foi com alguma curiosidade que me dirigi à aldeia de Trigaches, localizada a poucos quilómetros de Beja, e muito próxima do tão aguardado aeroporto civil de Beja, cujo arranque permanece indefinidamente adiado, apesar da aparente conclusão das obras.

Sem infra-estruturas viárias adequadas, entre outras lacunas ignoradas num país onde os desmandos e os crimes públicos grassam impunes, às expensas de quem trabalha e é (cada vez mais) desavergonhadamente esmifrado até ao tutano, o aeroporto de Beja deverá continuar a ser um grande elefante branco.


Depois de várias voltas à aldeia lá encontrei o pavilhão multiusos que, para além de não estar sinalizado, se encontrava encerrado, com um letreiro manuscrito a indicar que o "mini festival de bandas" iria afinal ter lugar na Casa do Povo da aldeia (próxima) de Beringel. Mini-festival de bandas? Será que se tratava do mesmo evento? Palavras para quê? Portugal no seu melhor. Já estamos habituados.

Próxima paragem Beringel. 22.30. Finalmente chego à Casa do Povo, edifício emblemático, provavelmente estado-novo. A sala, ampla e bem arejada, replica tantas outras salas de casas do povo/sociedades recreativas que durante muitas décadas foram  palco de eventos musicais e culturais das comunidades locais. Os bancos corridos trazem à memória os bailes de aldeia, onde as raparigas dançavam com pretendentes ou amados sob o olhar atento das matronas da família, empenhadas em manter intacta a 'pureza' feminina.

Mas chega de divagações. O espectáculo iniciou-se já perto das 23h com os Arranha, uma  jovem banda bejense, cuja consistência e qualidade instrumental constrasta com o elemento vocal que se revela algo desajustado, prejudicando a meu ver o resultado colectivo.

Seguiram-se os Ventas de Exterko, banda punk de A-do -Pinto que se vai gradualmente afirmando na cena punk/alternativa nacional, com um novo EP, a inclusão na compilação A Revolta #1(2009) (disponível para download aqui) e vários concertos já confirmados para este ano em Viseu, Lisboa, Benavente, entre outros.

Perante uma plateia bem composta e um público que conhecia as letras e músicas, os Ventas de Exterko ofereceram uma performance viva e sempre a abrir, ao bom estilo punk, fazendo desfilar os seus temas mais fortes, muitos deles com mensagens directas de crítica social, com destaque para "Vítimas do Sistema", "Ergue a tua Voz", "Caos em Portugal, "Os Porcos Chegaram para Ficar" e "Pode Ser Que Se Fodam".

Denotando experiência, segurança, profissionalismo e bastante coesão, os Ventas de Exterko terminaram em força com a cover do tema "AIDS Pop Repressão" dos brasileiros Ratos de Porão, que interpretaram em conjunto com "os terroristas de Grândola" (sic), ou seja, a banda seguinte, os Cryptor Morbious Family.

Foi com grande aparato, e depois de uma espera algo exasperante, que os Cryptor Morbious Family iniciaram a sua actuação, num ambiente "mad-maxiano" criado por tochas, um bidão em chamas no centro do palco, pinturas faciais, máscaras anti-gás e outros adereços.

Com uma sonoridade rápida e agressiva, e uma presença  segura, energética e marcante, os Cryptor Morbious Family proporcionaram um espectáculo muito animado e com uma boa adesão do público. A actuação terminou em clima de festa com o palco repleto, com membros das outras bandas e também do público, e com a participação de Marco, o carismático vocalista dos metálicos bejenses Sordid Sight (banda que Fava, baterista dos Ventas de Exterko, também integra, desta feita no baixo).

All in all: uma noite animada, marcada  por um ambiente muito informal e D.I.Y., que demonstrou que apesar das dificuldades e dos percalços que marcam a organização destes pequenos eventos, o esforço dos seus promotores acaba por valer a pena e deve ser reconhecido/louvado.

Fica um vídeo dos Ventas de Exterko a ensaiar o tema "Lobisomem", também interpretado ontem na Casa do Povo de Beringel.

19 março 2010

Exposição "Espelho Meu - História do Rock Português" para ver em Grândola

(Pintura "Censurados" por Sardine & Tobleroni)

A exposição "Espelho Meu - História do Rock Português em 39 Pinturas" estreou no Santiago Alquimista em 2008, com imenso sucesso e a presença de alguns dos artistas retratados, tais como António Manuel Ribeiro (UHF), Zé Pedro (Xutos & Pontapés) e Cameraman Metálico.

Outros músicos/bandas representados nesta exposição incluem Censurados (cuja pintura se reproduz acima), 77, Crise Total, Mão Morta, Mata-Ratos, Peste & Sida, GNR, Tedio Boys, Legendary Tigerman, Xutos & Pontapés, entre muitos outros.

O público alentejano tem agora a oportunidade de conhecer esta interessante exposição que está patente na Biblioteca Municipal de Grândola até ao próximo dia 28 de Março, no âmbito do "Fórum da Juventude", organizado pela Câmara Municipal.

A aguçar a curiosidade, fica o link para a página de Sardine & Tobleroni onde se encontra toda a informação sobre a exposição, bem como as imagens de todas as pinturas que a compõem. Basta clicar aqui.

Fica também um vídeo da reportagem televisiva sobre a inauguração da exposição no Santiago Alquimista, com a participação de alguns dos visados...


18 março 2010

We love 77 - Exposição sobre Punk em Londres...até 21 de Março


Sardine e Tobleroni @

"We Love 77" é uma exposição da autoria de Sardine & Tobleroni. Erroneamente descritos como "artistas britânicos" (talvez por estarem sedeados em Londres) esta dupla é composta por Jay Rechsteiner (Tobleroni), suíço, e Victor Silveira (Sardine), português e antigo membro das bandas 77, Tedio Boys e The Parkinsons.


"We Love 77" é uma exposição composta por 77 pinturas de bandas punk icónicas, patente na WW Gallery, em Londres, até ao próximo dia 21. Quem sabe se a exposição não viaja até Portugal?


(The Clash, por Sardine & Tobleroni)

Para mais informações sobre esta exposição clicar aqui.

Para ver as 77 pinturas da exposição clicar aqui.

E aqui fica o vídeo de apresentação desta exposição.


16 março 2010

Ventas de Exterko actuam no próximo sábado em Trigaches, Beja - entrada livre


Os Ventas de Exterko, banda punk alentejana (A-do-Pinto), acabam de anunciar a sua actuação já no próximo sábado 20 de Março no Pavilhão Multiusos de Trigaches, onde também participarão os Arranha (Beja) e os metálicos Cryptor Morbius Family (Grândola), neste momento a promover o seu último trabalho Hypnotic Way to Hurt.

Para abrir o apetite aqui fica a actualíssima "Caos em Portugal"...

15 março 2010

Vídeo inédito dos Ramones ao vivo no Max's Kansas City

Este post inclui o vídeo de Havana Affair dos Ramones ao vivo no Max's Kansas City (1976)

Este post vem na sequência da informação veiculada por um leitor do A Crack in the Cloud, que muito se agradece. Cheers Hugo.
(Foto de Bob Gruen, disponível aqui)
A imprensa musical (Rolling Stone, Kiss FM) divulgou recentemente um vídeo inédito dos Ramones - "I wanna be sedated", ao vivo no Max's Kansas City.

O vídeo faz parte do material enviado pela Max's Kansas City para a revista Rolling Stone, no âmbito da comemoração dos 45 anos daquela discoteca, assinalados com o lançamento de um livro e de um documentário.

O vídeo encontra-se disponível no site da revista Rolling Stone (contudo, parece haver um problema no carregamento do ficheiro...) e também para dowload gratuito aqui.
A propósito desta notícia aqui fica outro vídeo, do tema "Havana Affair", interpretado durante uma actuação da banda no mesmo espaço em 8 de Outubro de 1976.

11 março 2010

Álbum de Tributo a Joe Strummer/aos The Clash disponível para download gratuito até 14/03


As bandas de tributo suscitam-me sempre sentimentos contraditórios: por um lado dão-nos a oportunidade (preciosa) de ouvirmos ao vivo as músicas de bandas da nossa eleição já extintas; por outro lado, a quase impossibilidade de repetir exactamente o original (the real thing) causa alguma frustração. A tentativa deliberada de personalizar e apropriar o original, dando-lhe um toque pessoal, é por vezes mesmo enervante...

De qualquer modo, aqui fica a indicação da possibilidade de fazer o download gratuito deste álbum de tributo aos The Clash, disponível até ao próximo domingo...para fazer o download clicar aqui.

E que melhor pretexto para revisitar um dos projectos musicais mais interessantes e multifacetados das últimas décadas, quando ainda se conseguia inventar e surpreender como hoje já não é possível, ou pelo menos tão fácil ou habitual?

09 março 2010

Tara Perdida 1995-2010 Concerto comemorativo...a não perder!

(Foto: da autoria de Diana Rosa, disponível em
http://www.taraperdida.com/ )


Poucos dias depois dos Tara Perdida terem anunciado a realização de um concerto comemorativo dos 15 anos da banda, agendado para o dia 16 de Abril na Voz do Operário, já se encontram à venda os bilhetes para este concerto que promete rivalizar com o absolutamente indescritível espectáculo realizado na emblemática Incrível Almadense em 7 de Dezembro de 2006 e imortalizado no DVD "É Incrível" (oferecido com o último trabalho da banda, "Nada a Esconder").

Os fãs que se apressem, este promete esgotar...e vida é só uma.

Os bilhetes encontram-se à venda, entre outros locais, nas lojas Fnac e Worten, assim como na Ticketline (http://www.ticketline.pt/), e custam 10€.

Fica um excerto de um dos meus temas favoritos, a abrir o apetite.

07 março 2010

Bad Religion oferecem aos fãs álbum comemorativo dos 30 anos da banda

Os Bad Religion anunciaram que irão oferecer a todos aqueles que subscreverem a sua mailing list um álbum comemorativo dos 30 anos da banda.

O álbum, que será gravado durante a tournée de primavera dos BR, deverá conter ainda algumas faixas do novo álbum (que a banda irá começar a gravar em Maio), e que serão avançadas durante esta digressão.

Para subscrever a mailing list dos BR, clicar aqui.

06 março 2010

Censurados outra vez, e "A minha Vida"


Na sequência do último post, deixo aqui o link para uma review excelente, fiel mas também emotiva, de uma festa absolutamente memorável, da autoria de Billy (Billy-News). Para ler a review, clicar aqui.

Quanto a mim, que graças ao Billy-News também "tive a sorte de lá estar", deixo aqui uma breve reflexão sobre as lutas interiores que muitas vezes travamos entre o dever social e aquilo que individualmente nos anima/faz viver.

É interessante como as normas sociais padronizam e constrangem, muitas vezes de forma quase subliminar, as nossas existências, até ao nível mais comezinho das nossas rotinas diárias. Inconscientemente formatados para cumprir horários, desempenhar as nossas tarefas profissionais de forma competente e eficaz, colocamos de forma quase inconsciente a esfera da nossa liberdade individual nos tempos de lazer, e particularmente naquele oásis de liberdade (quase) total que são os fins-de-semana (ou, para muitos que também trabalham ao fim-de-semana, nos dias de folga/descanso).

E assim auto-constrangemos e auto-censuramos permanentemente as nossas vidas, desistindo de fazer uma série de coisas que nos apetecia, porque temos de trabalhar, ou de descansar para garantir a nossa performance laboral do dia seguinte...

E foi assim que passei toda a semana, a debater-me com o dilema de como iria ocupar a noite de quinta-feira, interstício entre dois longos e intelectualmente exigentes dias de trabalho: ficar em casa e dormir cedo (o corpo bem que o pedia...) ou rebelar-me contra o jugo do dever, percorrer centenas de quilómetros (um mal necessário) mas não perder a promissora festa de tributo aos Censurados?

Os Censurados deram-me a resposta:

"A minha vida/vou aproveitar/A minha vida agora/Só quero para gozar
(...)
Afinal o que temos aqui tu e eu/nós já saberemos/Por isso temos de viver a vida/ como bem entendermos"

Prevaleceu assim o espírito de independência e rebelião, ajudado pela música imortal dos Censurados e pela convicção (que se agudiza à medida que os anos passam...) de que a vida é demasiado curta e de que os bons momentos são irrepetíveis...

...E são afinal esses momentos que fazem a vida valer a pena, que aliviam o peso das nossas vidas diárias, duras, complicadas...são eles a energia que carrega as nossas baterias e nos ajuda a enfrentar melhor o dia seguinte...

...e foi assim que, cansada, desnoitada mas infinitamente mais feliz, cumpri - com eficácia e competência - mais um dia de trabalho, grata pelo fim-de-semana que se aproximava.



03 março 2010

Re-Censurados +DJ Billy: é já amanhã no Music Box

Uma festa que promete aquecer a capital, com mais uma evocação/homenagem merecida àquela que é para muitos a melhor banda de sempre do panorama punk rock português, com uma mão cheia de ilustres convidados, o inconfundível DJ Billy e com certeza muitas surpresas...a não perder!

Para recordar esta banda mítica, recomenda-se a leitura de posts anteriores (Dezembro 2009) sobre a sua contínua popularidade e actualidade.

E para abrir o apetite, fica o Hino...Censurados até Morrer...

02 março 2010

Distúrbios Culturais em Beja


Está a decorrer mais uma edição de Distúrbios Culturais, evento organizado pela Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação/Instituto Politécnico de Beja, cujo programa pode ser consultado aqui.

Ficam os seguintes destaques musicais:

Hoje, 2 de Março: Virgem Suta (http://www.myspace.com/virgemsuta)
Teatro Pax Júlia, 21.30h

Amanhã, 3 de Março: The Psycho Mushrooms + Máscara
22.14h, Tenda Multiusos

The Psycho Mushrooms: trio feminino grunge/alternativa/garagem (http://www.myspace.com/tpmband)

Máscara: rock/alternativa/experimental
E aqui fica um vídeo da actuação dos Máscara no Festival de Bandas de Beja em 30/11/09.


UK Metal em retrospectiva na BBC4

(Desenho por Rose Stallard (breedlondon.com) publicada no The Guardian)

O jornal The Guardian (secção musical) noticiou recentemente a edição de "Heavy Metal Britannia", um documentário especial dedicado à história do Heavy Metal britânico, que irá ser exibido neste canal televisivo inglês na próxima sexta-feira, 5 de Março às 21h, e que a BBC4 disponibilizará depois online para visionamento no BBCiplayer. Para mais info ver página do documentário no site da BBC4, aqui.
A propósito deste documentário, o autor da notícia do Guardian faz também uma breve retrospectiva da história do Metal britânico, que pode ser lida aqui.